O mestre Tabosa sempre foi o maior incentivador da capoeira no Distrito Federal. Grande atleta, favorecido por uma compleição física que o dotava com os requisitos mínimos para a prática bem sucedida de qualquer esporte. Portanto, a capoeira foi facilmente assimilada por sua máquina biofísicomental.
Tive o prazer de ser convidado inúmeras vêzes para treinar com ele, inclusive no eixo monumental. Saíamos correndo na altura da SQS 208 em direção à rodoviária. Nós levávamos conosco um menino magrelo, morador de um bloco da SQS 410 em frente ao meu. Foi um dos meus primeiros alunos. Algum tempo depois, ele mudou-se para o Cruzeiro ( Só existia o "Cruzeiro velho "naquela época ) e nunca mais tive notícias dele. Nem mesmo seu nome me lembro mais. Quem sabe algum dia,tenhamos a sorte de reencontrá-lo e possamos enriquecer este blog com lembranças ,cujo tempo já tenha apagado da minha memória. O mestre Tabosa notava,como parávamos frequentemente pelo fácil esgotamento físico do menino. Não demorou muito,para apelidá-lo de PALMO-DE-LÍNGUA.
Os treinos tinham como base,uma corrida em fila indiana. Quem estava na dianteira,dava um sinal para que o último,disparasse e se colocasse adiante. Num dado instante,parávamos e fazíamos as sequências do Mestre Bimba,nos revezando. A partir destes treinos,começamos a discutir,formas de otimizar a prática dessas sequências. ADAPTAMOS a forma de executá-las,através do respeito rígido aos pontos onde os pés e mãos tocavam o solo,após a execução de cada golpe, com o objetivo de não desperdiçar tempo com deslocamentos aleatórios e desnecessários. Muitos críticos ANÔNIMOS a estas adaptações ,permanecem ESCONDIDOS SOB PSEUDÔNIMOS impedindo assim que possamos enriquecer o debate. Eles criticam por exemplo,a forma como apresentei estas sequências no YOUTUBE.
São críticas na maioria destrutivas,simplesmente pelo desconhecimento dos processos pelos quais tivemos que fazê-lo. Sempre expliquei que fiz apenas ADAPTAÇÕES,sem contudo ALTERÁ-LAS. Um dos motivos que tivemos para estes aprimoramentos,foi a realidade da época do início de Brasília. Comparando a IDIOLETÍCE, que é um termo que traduz a forma diferente de cada indivíduo falar a mesma língua,com as diversas formas de executar as mais diversas atividades humanas,percebemos que as adaptações existem em todos os sistemas.como forma de otimização e consequente evolução. O que não evolui, é FOLCLORE. A prova disso obtive conversando com o mestre Camisa,o qual me contou que executa as sequências do mestre Bimba, de trinta modos diferentes.
A nossa cidade,inicialmente é lógico, não possuia nenhuma tradição. Todos eram estrangeiros. E nesse sentido,até a nossa capoeira foi submetida às mais diferentes formas de testes de eficiência. Mesmo vindo de outros capoeiristas de outros estados,principalmente baianos.
Ao analisarmos criticamente as sequências,selecionamos os movimentos que pudessem ser melhorados em termos de COMBATE através da aplicação de princípios biofísicos. Respeitamos e conservamos os fundamentos e a ética que se auto-gerem e caracterizam a capoeira como tal, mas sem contudo esquecer do seu perfil de LUTA...com grande poder destrutivo.
E assim fomos gerando os nossos descendentes
Sou seu grande fã, moro no Acre onde tem muita capoeira ! Te vi na roda de Mestre Kall . Quando tiver condição financeira vou lhe visitar e conhecer melhor !
ResponderExcluirValeu meu amigo!
ResponderExcluirObrigado por ler o meu blog.
Espero que mais pessoas,participem.
A minha intenção é pura e simplesmente deixar registrado os momentos que viví dentro da capoeira.
Grande abraço,e venha mesmo.